O dia em que fui corno

Foi em uma segunda, meu dia no trabalho estava péssimo não estava mais aguentando de dores de cabeça, talvez fossem os primeiros galhos de chifres querendo brotar. Pedi pra ir pra casa, e depois de muito “bla bla bla” a permissão foi concedida. Fui pra casa achando que quando eu chega-se, lá estaria minha mulher pra cuidar de mim, tentei ligar antes para que ela prepara-se tudo e me desse o conforto que um marido doente merece, mas neste dia os ramais do prédio estavam em manutenção, e como na época celular era feito titulo de mundial para o time do Corinthians (raridade) fiquei sem poder comunicar a ela que o cara que estava por cima dela naquele momento deveria vestir suas roupas sair dali o mais rápido possível. 

Ao chegar no condomínio fui pedi que Jorge, o nosso querido porteiro no qual eu citei a pouco comunicasse minha querida e fiel esposa de que eu estaria subindo. Porem algo conspirava a favor do ato de adultério daquela que pra mim seria a mulher mais fiel entre todas que existem no mundo. O porteiro não estaria na recepção do prédio, e o jeito foi chegar de surpresa e atrapalhar o estudo deles sobre o “cama sutra”. Talvez já estivessem na pagina 40. 

Subi, entrei no elevador que me levaria ao encontro de uma das cenas mais deprimentes de minha vida. Nunca imaginaria eu que ao entrar naquele elevador, caminhar pelo corredor do décimo andar e abrir a aporta do apartamento de numero 25, que seria o meu ninho de amor eu iria encontrar minha fêmea acasalando com outro macho.

Quando entrei escutei logo um gemido que eu só costumava escutar durante as noites em que eu e minha esposa íamos dormir um pouco mais tarde e ficávamos brincando de papai e mamãe, porem não passou pela minha cabeça que a mamãe estaria brincando com outro papai. Resolvi então ir ao encontro do som, que vinha direto do nosso quarto. Abri a porta devagar, a principio eu pensei que minha mulher estaria sendo atacada por um gorila ou lobisomem, pois nunca antes eu tinha visto tanto pelo em minha vida. Foi quando percebi que aquilo ali era uma pessoa, em cima de minha esposa, fazendo com ela o que teoricamente eu deveria ser o único que podia fazer.
 Olhei para ver quem seria o animal por debaixo de tanto pelo, foi ai que percebi que se tratava do nosso querido amigo que deveria estar lá na portaria exercendo sua função de porteiro, onde seu dever seria unicamente fazer com que pessoas entrassem ou saíssem, e não o de entrar a fundo em uma pessoa que não seria sua mulher, namorada, ou sei lá mais oque.
Primeiramente eu pensei em matar os dois naquele instante. Imaginei como eu faria e o que eu iria fazer com os corpos. Premeditei um crime tão perfeito que nem mesmo os caras do CSi conseguiriam desvendar. Porem vem-me logo a ideia de como seria viver sem alguém pra satisfazer todos os meus desejos mais íntimos, loucos e surreais, coisas que não seriam adequadas para se relatar aqui. Pensei também na hipótese de um prédio sem seu porteiro e como iriamos fazer para entrar e sair do prédio, claro que isto seria facilmente resolvido com a contratação de um novo porteiro, talvez esta hipótese do porteiro fosse simplesmente uma desculpa que eu inventei para encobrir a minha falta de coragem ao ter que tirar a vida de uma pessoa.
 Sai dali desnorteado, caminhei pelas ruas de meu bairro sem saber aonde iria parar e todos os casais que eu avistava na rua, eu enxergava logo a imagem daquele “animal” encima de minha esposa. 
Parei em um bar, bebi, bebi, bebi e depois bebi mais uma pouco, e quando vi já estava completamente bêbado, continuei bebendo. Fechei meus olhos e quando os abri eu já estava em casa, na minha cama, por um instante me senti aliviado, pois imaginei ter tudo sido um pesadelo, porem o alivio durou pouco, quando minha mulher apareceu logo me fazendo indagações que me fizeram cair na real e ter certeza que tudo foi real.


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